É incrível o poder que a televisão tem de fundir a vida e a ficção de tal forma que nos confunde, afinal, tudo é tão bonito, a estética é tão bem cuidada, que até os crimes têm poesia, trilha sonora e narrativa para levar as nossas emoções em uma direção.
Na última quinta-feira, 25/10, o episódio de Linha Direta foi especial - daí a razão de ser Linha Direta Justiça. Com o título O Caso Mônica Granuzzo, o jornalístico dedicado aos casos policiais relembrou o assassinato da garota de 14 anos que "chocou o Rio de Janeiro" em meados da década de 80, mostrando o que aconteceu com os acusados do crime (sim, eles chegaram a ser condenados, ainda que não tenham levado muito tempo na prisão. Ser réu primário e ter bom comportamento - além de ser "filhinho de papai" - conta e muito).
A encenação dos crimes não é nenhuma novidade no programa. O momento "quase novela" faz parte de seu formato para ajudar a contar a história das vítimas. O detalhe é que, dessa vez, por ter sido dedicado a um só caso, com a escolha de atores parecidos com os personagens da vida real e com o uso de material relacionado a essas pessoas que de fato existiram (como as entrevistas com os três rapazes envolvidos na morte da garota), em meio a uma narrativa digna de horário nobre com direito ao depoimento de pessoas ligadas ao caso, ficou tão difícil lembrar que isso não era mais um episódio do seriado Cold Case ou um de seus parentes próximos...
No seriado estadunidense, os policiais da Filadélfia resolvem crimes que foram arquivados sem solução. Lily Rush e seus colegas entram em ação para solucionar os mistérios (que todos julgam) que o tempo já deixou para trás. E o mais legal da série são as músicas. Ah, as músicas! Sempre de acordo com a época que retratam, são um detalhe a mais na reconstituição do período e, de quebra, ajudam na identificação entre o público e a vítima.
Pois, na história de Mônica, a tal garota, teve muito Blitz e The Smiths. E, em algumas cenas, juro que eu esperei que Lily e seu parceiro aparecessem para prender os caras maus. Ainda mais quando o programa mostra uma de suas amigas falando que ela teria sido uma boa mãe - e aí passa a simulação dela brincando com seus filhos num parque.
Se o caso de Mônica tivesse passado em Cold Case, a musiquinha melosa do final teria um tom feliz. Mas, como passou no Linha Direta (ainda que no Linha Direta Justiça), foi só mais uma história que terminou mal e foi bem contada na televisão.
Por toda a minha vida
E só para não dizer que esse negócio da arte retratando a vida é sempre muito confuso, aproveito para dizer que o Por toda a minha vida sobre Nara Leão desta sexta-feira (26/10) foi legal - e olha que até lembra o Linha Direta (na estrutura!): imagens do passado misturadas às dos atores e aos depoimentos de gente que conheceu a cantora. Só que as músicas foram ainda melhores...
Senhoras e senhores, para encerrar, Nara Leão e Chico Buarque cantando A Banda:
Na última quinta-feira, 25/10, o episódio de Linha Direta foi especial - daí a razão de ser Linha Direta Justiça. Com o título O Caso Mônica Granuzzo, o jornalístico dedicado aos casos policiais relembrou o assassinato da garota de 14 anos que "chocou o Rio de Janeiro" em meados da década de 80, mostrando o que aconteceu com os acusados do crime (sim, eles chegaram a ser condenados, ainda que não tenham levado muito tempo na prisão. Ser réu primário e ter bom comportamento - além de ser "filhinho de papai" - conta e muito).
A encenação dos crimes não é nenhuma novidade no programa. O momento "quase novela" faz parte de seu formato para ajudar a contar a história das vítimas. O detalhe é que, dessa vez, por ter sido dedicado a um só caso, com a escolha de atores parecidos com os personagens da vida real e com o uso de material relacionado a essas pessoas que de fato existiram (como as entrevistas com os três rapazes envolvidos na morte da garota), em meio a uma narrativa digna de horário nobre com direito ao depoimento de pessoas ligadas ao caso, ficou tão difícil lembrar que isso não era mais um episódio do seriado Cold Case ou um de seus parentes próximos...
No seriado estadunidense, os policiais da Filadélfia resolvem crimes que foram arquivados sem solução. Lily Rush e seus colegas entram em ação para solucionar os mistérios (que todos julgam) que o tempo já deixou para trás. E o mais legal da série são as músicas. Ah, as músicas! Sempre de acordo com a época que retratam, são um detalhe a mais na reconstituição do período e, de quebra, ajudam na identificação entre o público e a vítima.
Pois, na história de Mônica, a tal garota, teve muito Blitz e The Smiths. E, em algumas cenas, juro que eu esperei que Lily e seu parceiro aparecessem para prender os caras maus. Ainda mais quando o programa mostra uma de suas amigas falando que ela teria sido uma boa mãe - e aí passa a simulação dela brincando com seus filhos num parque.
Se o caso de Mônica tivesse passado em Cold Case, a musiquinha melosa do final teria um tom feliz. Mas, como passou no Linha Direta (ainda que no Linha Direta Justiça), foi só mais uma história que terminou mal e foi bem contada na televisão.
Por toda a minha vida
E só para não dizer que esse negócio da arte retratando a vida é sempre muito confuso, aproveito para dizer que o Por toda a minha vida sobre Nara Leão desta sexta-feira (26/10) foi legal - e olha que até lembra o Linha Direta (na estrutura!): imagens do passado misturadas às dos atores e aos depoimentos de gente que conheceu a cantora. Só que as músicas foram ainda melhores...
Senhoras e senhores, para encerrar, Nara Leão e Chico Buarque cantando A Banda:
Um comentário:
Eu vi uma parte do Linha Direta Justiça, uma tentativa de confundir realidade e ficção quase bem sucedida, nada que se compare a Ônibus 174 onde mesmo sabendo que aquilo é real tem horas em que a gente se pega pensando até que ponto.
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