sábado, 16 de fevereiro de 2008

Minha despedida favorita

Bom, depois de um dia descrito por uma amiga como "freak friday", a insônia bateu de vez e eu perdi completamente o controle sobre os pensamentos. Só sei que, depois de uma despedida anunciada e de uma aparição de alguém a quem eu disse tchau (sem saber que era "até sabe Deus quando") muitas curvas atrás, passei a achar que eu realmente tinha que escrever, se não, corria sério risco de amanhecer sem pregar os olhos - ô necessidade mais estranha!

Enfim, minha despedida favorita foi há muito tempo atrás. Eu tinha exatos cinco anos e, para ser bem sincera, não me lembro de muita coisa não. Tudo que eu sei é que eu morava no interior e, um belo dia, meus pais colocaram um colchão no fundo do Ford Pampa de nossa família onde eu, minha irmã e meu avô viajamos confortavelmente com alguns pertences, enquanto meus pais e minha avó iam na cabine. Ok, eu não cheguei a dizer adeus a nenhum de meus colegas de escola ou professoras. A coisa foi tão boa, que eu só soube que o meu bichinho de estimação tinha ficado para trás (porque ele não poderia ser criado num apartamento) depois de chegar em Salvador - e o meu pai jura que ele foi feliz numa fazenda. Tudo bem, eu nunca mais pus os pés nessa cidade, mas dá para imaginar uma despedida mais indolor que essa?

O interessante é que a minha despedida favorita foi há mais de 15 anos atrás, mas eu continuo tendo uma péssima atuação em momentos como esse... Do choro descontrolado a uma bela tentativa de manter o mais absoluto domínio da situação, no fim, eu acho que já fui criticada pela forma como encaro esse fato tão cotidiano sem ter como me defender. No fundo, no fundo, acho até que prefiro uma despedida como a dos meus cinco anos. Aquele abraço pra quem fica e até nunca mais - simples assim.

Pergunta do dia: a vida não poderia ser como uma propaganda da Operadora Oi, tudo tão "simples assim"?

2 comentários:

Conça disse...

A vida é simples, a gente que complica. E despedida é uma coisa que a gente nunca aprende como lidar, por mais que a gente "treine". E é assim mesmo, cada vez uma reação diferente.

Valéria Vilas Bôas disse...

despedidas sao comuns, mas sempre doem. So que o adeus nao precisa ser pra sempre, acho que o ate logo é mais feliz.